Vitrine de Curiosidades /22 Mascarados de Veneza Edifício de São Francisco | Sala Memórias, 9 fevereiro a 7 de março
Estas duas peças de cerâmica do século XVIII, pertencentes
à Unidade de Gestão Artes Decorativas e Ornamentais do
Museu de Angra do Heroísmo, representam dois mascarados
de Veneza. O par ostenta uma das mais célebres e
antigas máscaras venezianas, a bauta, em que a máscara
propriamente dita é complementada por um capuz de seda
negra a que se junta um tricórnio. Este acessório, cujo uso
se julga remontar ao século XI, garantia o anonimato de
quem a usava, facultando, durante o período do Carnaval,
uma total liberdade individual, já que tornava impossível o
julgamento moral por parte da comunidade embrenhada
num caos social e festivo.
Se considerarmos que, durante muitos séculos, a vigência
do Carnaval abrangia cerca de seis meses, desde outubro
até às festas da Ascensão, apenas com uma pausa na Quaresma,
facilmente se percebe que a adoção generalizada da
máscara vai marcar o modo de viver de Veneza, facilitando
a proximidade entre as diferentes classes e sexos e implementando
um clima geral de licenciosidade e impunidade.
As estatuetas ostentam a marca da fábrica de porcelana
Cozzi, que laborou em Veneza entre 1764 e 1812, constituindo
a última das três fábricas de porcelana ali existentes, no
século XVIII.